Biografia Ormeo Junqueira Botelho
Em 13 de março de 1897, nasce o terceiro filho do Senador Francisco de Andrade Botelho e Maria Nazareth Monteiro Junqueira Botelho, nascido na Fazenda Nyagara, que pertencia aos avós maternos, em Leopoldina, Ormeo Junqueira Botelho comandou a Companhia Força e Luz e Cataguazes – Leopoldina por mais de seis décadas, consolidou o fornecimento de energia elétrica na Zona da Mata Mineira.
No período acadêmico, cursou o primário e o secundário no Ginásio Mineiro de Barbacena e conquistou o diploma de engenheiro civil, em 1918, pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
Entre suas realizações profissionais destacou-se como auxiliar técnico da inspetoria da Estrada de Ferro Caxias – Vacaria, no Rio Grande de Sul. Por seu desempenho no estudo dessa obra, foi promovido como engenheiro auxiliar.
Em 1920, Ormeo retorna para Minas Gerais e inicia sua trajetória na Companhia Força e Luz e Cataguazes – Leopoldina e a primeira missão é o levantamento da planta da estrada de rodagem Piacatuba – São João Nepomuceno. Posteriormente, projetou a linha e rede de distribuição em toda Zona da Mata Mineira.
O falecimento do seu pai, Francisco de Andrade Botelho, obrigou o afastamento da Companhia Força e Luz e Cataguazes – Leopoldina para cuidar dos demais interesses de negócios da família. Intitulado, pelos seus tios, como tutor de seus irmãos menores, assumiu a administração da Fazenda Santo Antônio, produtora de café, pertencente à família. Nesse período, assumiu, a gerência da Casa Bancária Ribeiro Junqueira Irmãos e Botelho, em Leopoldina.
O visionário Ormeo foi co-fundador da Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina. Contratou profissional suíço especialista em fabricação de queijos tipo Emmental e Gruyére, que foi garantia de sucesso para Cooperativa.
Foi tesoureiro da Casa de Caridade de Leopoldina, como sucessor do pai, e por quarenta anos provedor da instituição. Modernizou a casa de caridade e construiu o novo pavilhão nomeado de Nossa Senhora do Carmo.
O Ginásio Leopoldinense foi contemplado por nova construção, em 1918, pelo engenheiro Ormeo, que adotou a arquitetura do estilo neoclássico mantida até a atualidade.
Em 1924, foi fundador do orfanato Lenita Junqueira, em Leopoldina e o primeiro presidente. No mesmo ano, foi lançada a pedra fundamental da Companhia de Tecidos Leopoldinense, inaugurada em 1926. Acionista e responsável pela construção do edifício e da vila operária da Companhia de Tecidos, demitiu-se como Diretor-Presidente, em 1965.
Em 1924, casou-se com Dora Müller Botelho, carioca, e tiveram cinco filhos Francisco Eduardo, Gilberto, Ivan, Lya e Alice. Ormeo reconhecia publicamente que sem sua esposa Dorinha, como a chamava, dizia que “não teria conseguido tanto!”
Nos anos 20, projetou a Catedral de São Sebastião, edificação de inspiração francesa, que pela influência do Ormeo a cidade de Leopoldina passou ser sede do bispado.
Foi presidente do Instituto Mineiro do Café, em 1934, durante a gestão fundou o banco Mineiro do Café.
Participou da fundação da Associação Rural de Leopoldina, em 1936, que foi idealizada a partir da união de vinte cinco pecuaristas.
O falecimento de Norberto Custódio Ferreira, Presidente da Companhia Força e Luz e Cataguazes – Leopoldina, em 1935, finaliza o período de atuação dos fundadores da empresa. José Monteiro Junqueira Botelho, tio do Ormeo, indica-o para ser sucessor de Norberto, como presidente da Companhia, antecipando as mudanças que o setor elétrico passaria com a publicação do Código das Águas. No ano seguinte, Ormeo apresenta mais um dos seus tantos talentos empresariais, foi um dos fundadores da Companhia Industrial Cataguases, na função de Diretor e Conselheiro.
Devido a onda estatizante, investiu na qualidade dos serviços da Companhia Força e Luz e Cataguazes – Leopoldina, acompanhou de perto a construção da Nova Usina Maurício, inaugurada em 1956, que segue em funcionamento. Conhecedor da necessidade de aumentar o capital da empresa, Ormeo investe em captação de novos acionistas na região.
Em 1962, foi eleito Deputado Federal com foco na pauta de desenvolvimento da região e na conservação do solo. Em 1977, transferiu o cargo de Presidente-Executivo para o filho Ivan Müller Botelho da Companhia Força e Luz Cataguazes – Leopoldina. Afastado das atividades da empresa, foi conselheiro por mais de treze anos.iativas empreendedoras representadas pela sua simplicidade e pela magnitude da sua história.
No dia 9 de fevereiro de 1990, Ormeo deixa seu legado para família, que consolida com maestria, transformando a Companhia Força e Luz e Cataguazes – Leopoldina na potência “Grupo Energisa”.